GT DCV do FórumCCNTs publica artigo sobre Priorizar Diagnóstico e Monitoramento nas UBS e Farmácias
- FórumCCNTs

- 13 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de out.
Na última sexta-feira (9), a editora Sage Journals publicou o artigo "Uma perspectiva de experiência vivida sobre o empoderamento de pessoas com diabetes por meio de tecnologia acessível no ponto de atendimento no Brasil". O material é resultante do trabalho do Grupo Temático de Condições/Doenças Cardiovasculares (GT DCV), tendo como autores Mark Barone (FórumCCNTs), Beatrice Vetter (FIND), Patrícia de Luca (AHF) e Márcio Galvão (UFBA).

O texto trata de como pessoas que vivem com diabetes no Brasil percebem e são impactadas por tecnologias de ponto-de-cuidado acessíveis, especialmente no que diz respeito ao empoderamento no autocuidado. Ou seja: explorar as experiências vividas por pessoas com diabetes para entender como exames e tecnologias mais acessíveis podem ajudá-los a participar mais ativamente no cuidado da própria saúde.
No Brasil e em muitos outros países de baixa e média renda, as condições crônicas não transmissíveis (CCNTs), como diabetes mellitus, doença renal crônica e dislipidemia, representam desafios significativos para a saúde e a economia. Motivados pelas experiências pessoais de convivência e/ou trabalho com CCNTs (incluindo um autor com diabetes e outro com hipercolesterolemia familiar) e por papéis coletivos como defensores, pesquisadores e profissionais de saúde, este artigo destaca a importância de estratégias de manejo precoce e o potencial dos dispositivos de ponto de atendimento na atenção primária à saúde (APS) para melhorar os resultados do diagnóstico e do tratamento.
Os autores testemunharam em primeira mão o enorme aumento de CCNTs, como diabetes, doença renal crônica (DRC) e dislipidemia no Brasil e em outros países de baixa e média renda (PBMRs). Essas condições apresentam desafios significativos de saúde e econômicos, ressaltando a necessidade urgente de abordagens inovadoras para melhorar os resultados.
Como resultado, as pessoas frequentemente se perdem no sistema entre o recebimento da solicitação do médico e o retorno com os resultados dos exames. E devido à falta de dados, muitos simplesmente retornam às unidades de APS para renovar a mesma prescrição médica, sem qualquer ajuste terapêutico que seria necessário para atingir os objetivos do tratamento. Integrar tecnologias de POC diretamente nas instalações de APS pode preencher essa lacuna crítica, garantindo resultados imediatos e permitindo ajustes terapêuticos rápidos e baseados em dados.
O impacto nas pessoas com CCNTS é imediato

No Brasil, o diabetes afeta mais de 16 milhões de pessoas e causou 107.760 mortes em 2019, representando 7,64% de todas as fatalidades. Além do diabetes, a DRC e as dislipidemias aumentam significativamente o risco de condições cardiovasculares, que continuam sendo as principais causas de mortalidade. Apesar desses impactos, muitos casos permanecem sem diagnóstico ou são tratados de forma inadequada — 1 em cada 3 (31,9%) dos casos de diabetes tipo 2 não são reconhecidos, e a prevalência de DRC é provavelmente quatro vezes maior do que a diagnosticada.
Integrar o POC à APS não é apenas vantajoso; é essencial para mudar o cenário atual de CCNTs não diagnosticadas, não monitorados e não manejadas. Ao defender o diagnóstico precoce e o monitoramento contínuo, é possível reduzir os casos não diagnosticados, aumentar o engajamento da população e construir um sistema de saúde mais forte. Esforços colaborativos entre indivíduos, profissionais de saúde e formuladores de políticas são essenciais para a criação de um sistema de saúde mais inclusivo e eficaz para o gerenciamento do diabetes e de outras CCNTs. Isso, em última análise, melhorará os resultados de saúde e aliviará a carga das CCNTs no Brasil e em outros países de baixa e média renda, ajudando esses países a alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3.4 das Nações Unidas.
Fonte: Sage Journals




Comentários